Brasil registra um feminicídio a cada sete horas e um caso de estupro a cada dez minutos
Em 2024, a Lei Maria da Penha completa 18 anos de existência, sendo um marco fundamental na luta contra a violência doméstica no Brasil. Essa lei, que leva o nome de Maria da Penha Maia Fernandes, uma mulher que sobreviveu a duas tentativas de assassinato por seu marido, é reconhecida internacionalmente como uma das legislações mais avançadas na proteção dos direitos das mulheres.
Apesar dos avanços legais, as estatísticas de violência contra as mulheres no Brasil continuam alarmantes. De acordo com dados recentes, o Brasil registra um feminicídio a cada sete horas e um caso de estupro a cada dez minutos. Só em 2023, mais de 1.300 mulheres foram assassinadas no país, um número que reflete uma realidade sombria para milhões de brasileiras. Na Bahia, o cenário também é preocupante: o estado lidera as taxas de feminicídio no Nordeste, com números que demonstram a urgência de políticas públicas mais eficazes e abrangentes.
Globalmente, a violência contra mulheres também é uma epidemia. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que uma em cada três mulheres no mundo já sofreu algum tipo de violência física ou sexual, sendo a maioria dos casos praticados por parceiros íntimos. Esse panorama reforça a importância de ações contínuas e colaborativas para combater esse tipo de violência e garantir a segurança e dignidade das mulheres em todos os cantos do planeta.
No Brasil, em resposta a essa realidade, o governo federal relançou em 2023 o programa “Mulher Viver sem Violência”, que integra serviços públicos para mulheres vítimas de violência. Além disso, 40 novas Casas da Mulher Brasileira serão inauguradas, e 270 novas viaturas da Patrulha Maria da Penha foram distribuídas para apoiar as delegacias especializadas em atender mulheres em situação de violência. Esses esforços mostram que, apesar das estatísticas preocupantes, há um movimento crescente em prol da proteção e empoderamento feminino.
Neste aniversário da Lei Maria da Penha, é crucial não apenas comemorar suas conquistas, mas também refletir sobre os desafios que persistem. A luta contra a violência de gênero deve continuar firme, com a implementação de políticas públicas mais eficazes, o fortalecimento das redes de apoio e, acima de tudo, a conscientização da sociedade sobre a necessidade de erradicar todas as formas de violência contra a mulher.
É um momento para reafirmarmos nosso compromisso com a causa e continuarmos a avançar, garantindo que nenhuma mulher seja deixada para trás.
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