A força de recomeçar com confiança e amor-próprio
- Janeth Matos
- 27 de ago.
- 3 min de leitura
Com escolhas conscientes, mulheres podem romper ciclos de dor e redescobrir a dignidade

A violência contra a mulher segue sendo uma das maiores feridas abertas da sociedade brasileira. Somente em 2024, foram registrados 1.492 feminicídios e mais de 87 mil casos de violência sexual. Na Bahia, apenas nos primeiros seis meses de 2025, mais de 3.400 atendimentos a mulheres em situação de violência foram realizados em Salvador. Por trás desses números frios, existem histórias interrompidas, sonhos sufocados e vidas que carregam marcas profundas, muitas vezes dentro do espaço que deveria ser o mais seguro: o próprio lar.
Mas há também uma violência silenciosa, difícil de ser contabilizada: a de entregar o próprio poder em mãos erradas. Isso acontece quando a mulher acredita que merece menos do que realmente vale, quando se cala diante de abusos ou permanece em relacionamentos que corroem sua essência, por medo ou dependência emocional. Esse é o golpe invisível, aquele que não aparece nos relatórios policiais, mas que destrói por dentro.
Romper esse ciclo exige mais do que leis, exige despertar interno. E é aí que entra o autoconhecimento, a chave para reconhecer padrões, compreender limites e lembrar que amor jamais deve significar dor. É no encontro consigo mesma que a mulher fortalece sua identidade e encontra coragem para recomeçar.
O autoconhecimento: um escudo contra relações abusivas
Conhecer a si mesma não é luxo, é proteção. Quanto mais a mulher se conhece, mais cedo ela percebe sinais de manipulação, chantagem emocional e comportamentos que tentam aprisionar em nome de um “amor” doentio. É como acender a luz em um quarto escuro, e o que antes passava despercebido torna-se impossível de ignorar.
Esse processo pode começar de forma simples:
Diário de emoções: escrever pensamentos e sentimentos ajuda a enxergar padrões de comportamento e perceber quando está se anulando.
Escuta interior: reservar minutos diários para se perguntar: “o que sinto quando estou ao lado dessa pessoa?”. O corpo e a mente nunca mentem.
Aprendizado contínuo: buscar conhecimento em livros, palestras e conteúdos sobre autoestima e relacionamentos saudáveis fortalece a mente contra abusos.
Rede de apoio: dividir experiências com amigas, grupos de acolhimento ou profissionais especializados traz clareza e acolhimento.
Limites firmes: dizer “não” sem culpa é um dos maiores sinais de amor-próprio. Quem respeita seus limites, respeita também sua essência.
Ao praticar o autoconhecimento, a mulher se liberta do piloto automático e passa a viver com mais clareza para recomeçar com confiança e amor-próprio. Esse despertar gera coragem para romper ciclos de dor e constrói confiança para viver relações em que o amor é cuidado, e não prisão.
Leis e políticas no combate à violência contra a mulher
No campo social, o Brasil avançou com a Lei Maria da Penha, de 2006, que se tornou referência mundial no combate à violência doméstica. Anualmente, o Agosto Lilás reforça essa luta, mobilizando instituições e a sociedade em ações de conscientização e prevenção.
E em 2025, Salvador será palco de um momento marcante: de 27 a 29 de agosto acontece a 5ª Conferência Estadual de Políticas para as Mulheres da Bahia, com o tema “Mais Democracia, Mais Igualdade, Mais Conquistas para Todas”.
O encontro será um espaço de diálogo plural e democrático, onde serão avaliados os desafios atuais e construídas novas diretrizes para o Plano Estadual de Políticas para as Mulheres. Uma oportunidade histórica para transformar dor em ação, garantindo que nenhuma mulher precise recomeçar sozinha.
Retomar a vida é sempre uma escolha ao nosso alcance
O Agosto Lilás é mais do que uma campanha. Ele carrega um lembrete poderoso, que
recomeçar é sempre possível! É um convite para que cada mulher reconheça seu valor, fortaleça seu amor-próprio e construa relações baseadas em respeito, confiança e liberdade.
Se você já viveu situações em que se sentiu diminuída, recomeçar com confiança e amor-próprio é inegociável! A coragem de recomeçar nasce dentro de você e se amplia a cada passo dado com consciência. E lembre-se: você não precisa enfrentar isso sozinha. Procure apoio na rede de atendimento, converse com pessoas de confiança e, em casos de risco, ligue para o 180, a Central de Atendimento à Mulher funciona 24 horas, em todo o Brasil. Pedir ajuda é um ato de força, não de fraqueza.
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